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Mondlane contra a decisão de Albino Forquinha por admitir a tomada de posse dos 43 deputados eleitos pelo Podemos

Dinis Tivane, assessor jurídico de Venâncio Mondlane, em declarações à RFI, explicou o que está na base da acusação:

Este é um acordo político coligatório. Uma coisa que arrepia aos pressupostos do acordo é estar a fazer negociações em que o engenheiro “Venâncio” não está porque à luz do acordo existe aquele que efectivamente tem a liderança política. Aqui não há nenhuma questão administrativa, o engenheiro nunca vai ser presidente do Podemos, nem membro do Podemos”.

Em meio às manifestações por causa dos resultados das últimas eleições, Albino Forquinho, presidente do Podemos, admitiu a tomada de posse dos 43 deputados eleitos pelo Podemos, até agora sem representação parlamentar.

Dinis Tivane acrescenta que o que existe é uma fusão até 2028, com obrigações a cumprir de parte a parte:

É necessário que politicamente o presidente [Albino] Forquilha se abstenha de tomar decisões que minam estes objectivos políticos. Portanto, a condução deste processo para o alcance da verdade eleitoral vai ser conduzida nos termos que o engenheiro Venâncio [Mondlane] disser”.

Falando também num vídeo colocado na sua rede social Facebook, Dinis Tivane defendeu a rejeição dos resultados promulgados pelo Conselho Constitucional (CC).

A tomada de posse do partido Podemos seria, sim, uma traição, porque o povo está a fazer uma luta, está nas ruas. Mais do que isso é o facto de o partido PODEMOS, na nossa contagem paralela, ter 138 assentos. Qual é a razão de o partido correr para tomar posse de 43 assentos, quando o partido merece 138?”, declarou Dinis Tivane.

O partido extraparlamentar Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) viu a sua popularidade aumentar desde 21 de Agosto, após anunciar o apoio à candidatura de Venâncio Mondlane nas presidências.

Mondlane viu a sua coligação CAD rejeitada pelo Conselho Constitucional por alegadas “irregularidades”, isso fez com que o mesmo unisse esforços com os membros do partido Podemos.

O partido Podemos, com os resultados promulgados, apontam como maior partido de oposição em Moçambique no próximo parlamento, com 43 deputados, Renamo com 28 deputados, MDM com 8 deputados e a Frelimo, no poder desde a independência, com uma maioria parlamentar, com 171 deputados.

Nas presidenciais, o Conselho Constitucional proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frelimo, como vencedor, com 65,17% dos votos, atribuindo a Venâncio Mondlane o segundo posto com 24,19% dos votos, enquanto Ossufo Momade, da Renamo, obteve 6,62% dos votos e Lutero Simango, do MDM, alcançou 4,02% dos sufrágios.

Os resultados oficiais confirmaram a vitória da Frelimo que já tinha sido anunciada pelo Conselho Nacional das Eleições e que tem sido contestada nas ruas nos últimos dois meses. Desde então, os confrontos entre a polícia os manifestantes já provocaram quase 300 mortos e mais de 500 pessoas feridas a tiro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.

VC/Rogério Mbumba

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