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Terminou neste domingo (16.02), em Adis Abeba, capital da Etiópia, a 38ª cimeira da União Africana que abordou os desafios do continente, nomeadamente, os conflitos no Sudão e no leste da República Democrática do Congo (RDC).

O Sudão está mergulhado há quase dois anos num conflito entre exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido, que já provocou a morte de cerca de 150 mil pessoas, segundo dados das Nações Unidas e pouco mais de 11 milhões de deslocados. A União Africana diz-se preocupada com esta guerra e, por isso, apelou no domingo a um “cessar-fogo” permanente para alcançar a paz.

Sobre a guerra no leste da RDC, a UA exige a retirada imediata do M23 na região de Goma. “Estamos todos muito preocupados com uma guerra regional aberta no leste da RDC, por isso, reiterámos a necessidade de cautela e a necessidade de o M23 e os seus apoiantes se desarmarem e se retirarem do aeroporto de Goma e de outros territórios ocupados”, disse Bankole Adegboyega Adeoye, comissário da organização para os assuntos políticos, paz e segurança.

Por seu turno, o secretário-geral da Nações Unidas, António Guterres, convidado para a cimeira da UA, também defendeu o fim dos combates no leste do Congo, por entender que “ameaçam empurrar toda a região para o precipício”.

“A escalada regional deve ser evitada a todo o custo. Não existe uma solução militar. O impasse tem de acabar, o diálogo tem de começar e a soberania e a integridade territorial da RDC têm de ser respeitadas”, apelou Guterres.

Já a primeira-ministra da RDC, Judith Suminwa Tuluka acusou as tropas ruandesas de atacar o território congolês e exigiu a sua retirada.

Angola na Presidência

A 38ª cimeira da UA, também foi marcada pela tomada de posse de João Lourenço que presidirá a organização continental durante um ano.

Na sua primeira declaração na qualidade de presidente da União Africana, o estadista angolano garantiu continuar os esforços para a pacificação do continente. “E cuidar da implementação pelo Estados membros das políticas económicas e sociais que promovam o progresso e o desenvolvimento do nosso continente”, prometeu ainda João Lourenço.

O líderes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) , enalteceram a indicação de Angola para presidir a União Africana.

“Esperamos uma grande liderança. Há sensivelmente 20 anos que um países africano de língua oficial portuguesa não presidia a Uniao Africana. O último foi Moçambique em 2003, com o Presidente Joaquim Chissano. E regressar hoje, como país africano de língua oficial portuguresa a presidir a União Africana é uma vitória”, declarou o Presidente moçambicano, Daniel Chapo.

“É motivo de orgulho, é motivo de alegria. Angola é um país que está em três sub-regiões africanas e sendo presidente da UA, nós da CPLP também podemos tirar partido e vantagens deste facto”, afirmou também o chefe de Estado são-tomense, Carlos Vila Nova.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Djibuti, Mahamoud Ali Youssouf, foi eleito novo presidente da Comissão da UA. Youssouf sucede ao chadiano Mousa Mahamat Faki , que cumpriu o seu segundo e último mandato de quatro anos à frente da Comissão.

VC/Rogério Mbumba | fonte: DW Português

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