
- By Equipe de Marketing
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- abril 7, 2025
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Na manhã desta segunda-feira, 7 de Abril, o jornalista e amante do desperto Luís Caetano, comentou nas suas redes sociais sobre a informação da troca do técnico Pedro Gonçalves por Luís Aires.
Leia o texto:
Como já é do conhecimento público, circulam informações sobre a troca do técnico Pedro Gonçalves por Luís Aires no comando dos Palancas Negras. A troca, conforme tem sido relatada, está a ser impulsionada por um desagrado manifestado por Alves Simões, que não “morre de amores” pelo treinador, em relação ao trabalho de Pedro Gonçalves à frente da selecção nacional. Embora os motivos reais para essa decisão possam ser variados, é importante ponderar sobre as implicações dessa mudança e o impacto que ela pode ter no futuro dos Palancas Negras.
Em primeiro lugar, é preciso reconhecer os feitos de Pedro Gonçalves enquanto treinador da selecção. Sob a sua liderança, Angola alcançou a melhor campanha de sempre na fase de qualificação para a Taça Africana de Nações, e obteve uma das melhores prestações da história da selecção no último CAN disputado na Cotê d’Ivoire. Esses resultados são indicativos de um trabalho consistente, que trouxe estabilidade à equipa, além de criar um ambiente competitivo e promissor.
Na qualificação para o CAN de 2025, que será disputado em Marrocos, Pedro Gonçalves cumpriu com os objectivos estabelecidos para a selecção nacional. Nesse sentido, seria sensato argumentar que uma mudança de treinador no meio dessa trajectória vitoriosa, particularmente após a qualificação para um torneio tão importante, poderia ser vista como prematura e arriscada. Em situações como esta, a estabilidade é crucial para o bom desempenho da equipa, se considerarmos que mudanças repentinas no comando técnico podem prejudicar o entrosamento e o foco da selecção, além de criar incertezas em momentos tão decisivos.
Além disso, a decisão de substituir Pedro Gonçalves demonstra uma abordagem baseada em emoções pessoais, algo que tem sido recorrente na gestão de Alves Simões à frente da FAF. A história recente da FAF tem mostrado que decisões apressadas e tomadas sem uma análise profunda podem ter efeitos negativos, tanto na gestão da federação quanto no rendimento da selecção. Essa falta de estabilidade e de planificação a longo prazo não só enfraquece a equipa como também prejudica a credibilidade da própria FAF.
Em vez de recorrer a mudanças precipitadas, seria mais prudente que a FAF apostasse na continuidade do trabalho iniciado por Pedro Gonçalves, permitindo que ele conclua o ciclo que tem demonstrado bons frutos, especialmente considerando a campanha de qualificação para o CAN 2025. O treinador merece, pelo menos, a oportunidade de fechar o seu ciclo de trabalho de forma digna, com a possibilidade de alcançar um bom desempenho em Marrocos, o que consolidaria ainda mais o seu sucesso à frente dos Palancas Negras.
Sempre considerei que decisões impulsivas e baseadas em questões pessoais, podem prejudicar não apenas o presente da selecção mas também o seu futuro. A estabilidade deve ser a chave para a gestão da selecção, e qualquer mudança no comando técnico deve ser feita com base em critérios objectivos e a longo prazo, para garantir o melhor desempenho possível para Angola nas mais variadas competições internacionais.
VC/Cristina João