
- By Equipe de Marketing
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- abril 28, 2025
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O Tribunal de Luanda realiza, nesta segunda-feira (28.04), o julgamento sumário de oito dirigentes do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), detidos no sábado durante uma marcha pacífica contra as más condições das escolas na capital angolana.
A ação policial resultou na detenção de mais de 50 estudantes que participavam na marcha. Entre os detidos estavam também, inicialmente, pelo menos quatro jornalistas, posteriormente libertados ainda no sábado. A maior parte dos estudantes foi libertada no início da noite, mas os principais organizadores continuam sob custódia e serão julgados hoje, confirmou Francisco Teixeira, presidente do MEA.
Impedimento político da marcha
A marcha estudantil foi impedida pelas autoridades 15 dias após o seu anúncio. A comunicação oficial de indeferimento foi entregue apenas um dia antes do protesto, algo que os organizadores consideram um ato político.
“O Governo Provincial não tem competência para indeferir a nossa comunicação. Ele deveria apenas recebê-la e coordenar com a polícia a segurança da atividade. A intervenção foi claramente política, usando os órgãos de repressão para nos agredir”, acusou Francisco Teixeira.
Segundo o MEA, a repressão demonstra uma postura governamental que “envergonha o país”.
Reivindicações dos estudantes
O movimento também exigiu a exoneração da ministra da Educação, Luísa Grilo, e do governador de Luanda, Luís Nunes, apontando responsabilidade direta pelas más condições de ensino.
Concurso público
Entre os participantes da marcha estavam também candidatos não admitidos no último concurso público para o setor da Educação, apesar de terem tido aproveitamento positivo. Ivo Ximuto, coordenador do grupo de candidatos excluídos, defendeu a sua repescagem, citando precedentes no Ministério da Saúde.
“O Ministério da Saúde já repescou candidatos com intervalos de dois anos. Se eles foram beneficiados, por que nós não podemos ser também?”, questionou Ximuto.
Até o momento, a polícia de Luanda não apresentou nenhuma explicação pública sobre a repressão da marcha e as detenções de estudantes e jornalistas ocorridas no sábado.
VC/Rogério Mbumba | fonte: Lusa