
- By Equipe de Marketing
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- março 6, 2025
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A China criticou fortemente o aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos (EUA) sob a administração Trump, com o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian a denunciar a medida como uma guerra que “não deve ser travada e não pode ser ganha”.
O ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, fez eco deste sentimento: “Coação e ameaças não funcionarão na China, nem assustarão a China. A determinação da China em defender os seus próprios interesses é inabalável”, disse Wang, acrescentando que “não há vencedores numa guerra comercial”.
A administração Trump aumentou as tarifas sobre as importações da China duas vezes desde que tomou posse em janeiro. A China respondeu com taxas e outras restrições aos produtos e empresas americanas. Wang disse que a China espera respeito mútuo nas suas relações com outros países.
“Se a parte americana continuar a seguir este caminho errado, continuaremos a responder da mesma forma”, afirmou. “Vamos lutar até ao fim”.
No entanto, sublinhou que a China está aberta à resolução das divergências comerciais. “Os nossos dois lados podem encontrar-se numa altura apropriada e as nossas equipas podem também comunicar o mais cedo possível”, afirmou.
Culpar a China pelo problema do fentanil nos EUA – a razão declarada por Trump para impor tarifas de 20% sobre todas as importações da China – não vai resolver o problema, vincou.
Wang falou à margem da sessão anual do Congresso Nacional da China e reiterou os apelos de Pequim para seguir a via das conversações, salientando que o papel da China como principal parceiro comercial de 140 países significa que tem muitas opções. Wang e outros funcionários delinearam as estratégias de Pequim para desenvolver a sua economia e os seus mercados financeiros, mas não anunciaram quaisquer novas iniciativas de relevo.
“Plano de ação especializado” para impulsionar a economia
Wang reconheceu que os exportadores chineses enfrentam sérios desafios, mas disse que Pequim está a encorajar as empresas a participarem em feiras comerciais e a expandirem-se globalmente. O governo chinês está também a ampliar o seu apoio financeiro ao crédito à exportação e espera aumentar o comércio de serviços e o comércio eletrónico.
“Não colocamos todos os nossos ovos no mesmo cesto”, afirmou.
A queda do mercado imobiliário chinês e a fraca cotação das ações, a escassez de assistência social e a perda de postos de trabalho desde a pandemia de COVID-19 pesaram na economia chinesa, prejudicando o crescimento.
Zheng Shanjie, chefe da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, a principal agência de planeamento nacional da China, reconheceu que as previsões de crescimento económico para 2025 tendem a rondar os 4,6% a 4,8%, abaixo do objetivo do governo de “cerca de 5%”.
Zheng disse que o executivo chinês está a elaborar um “plano de ação especializado” para encorajar o consumo e investimento, não tendo fornecido pormenores específicos.
A China vai gastar mais em “meios de subsistência e consumo”, disse o ministro das Finanças Lan Fo-an, prometendo mais ajuda para os governos locais profundamente endividados e maiores investimentos em educação, segurança social e saúde pública.
“Vamos certificar-nos de que cada moeda é bem gasta”, afirmou Lan, acrescentando que “o governo central deixou uma ampla margem de manobra para a implementação das políticas”.
VC/Rogério Mbumba | fonte: Euronews