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- maio 9, 2025
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Dezenas de deputados, militantes e simpatizantes da UNITA (oposição) concentraram-se esta noite em vigília, frente às instalações da rádio pública angolana em Luanda, “exigindo” liberdade de imprensa e transparência eleitoral, e lamentaram tentativas de impedimentos da polícia.
“Decidimos protestar contra a agressão à liberdade de imprensa em Angola, feita pelo regime do MPLA (partido no poder), e hoje estamos aqui a apresentar o nosso protesto contra a censura, a liberdade de imprensa e agressão constante à Constituição”, disse o deputado à Lusa.
A vigília frente às instalações da RNA visa alertar que este órgão estatal “tem sido capturado e utilizado pelo regime contra a democracia e contra o avanço de Angola do ponto de vista democrático”, frisou o parlamentar.
À Lusa, o deputado da UNITA, Adriano Sapinãla, disse que a vigília “pacífica e silenciosa” decorre nos marcos da lei, referindo que inicialmente as autoridades administrativas e a polícia nacional tentaram transferir o protesto para o Largo das Escolas “por interpretação errada da lei”.
Sapinãla, também secretário provincial da UNITA, em Luanda, falou sobre os propósitos da vigília desta noite, referindo que existem “desvios à liberdade de imprensa, violações flagrantes à Constituição e às leis eleitorais” (em discussão no parlamento).
A figura e o papel de Raul Danda, patrono dos deputados da UNITA, eram assinalados em cânticos no decurso da vigília, um percurso que foi destacado pela deputada Mihaela Webba considerando que este foi um “exímio jornalista e deputado “.
Considerou, por outro lado, que a atividade visa igualmente manifestar repúdio à atuação dos órgãos de comunicação social públicos, no que diz respeito às liberdades de expressão, de imprensa e ao tratamento desigual dos partidos políticos.
Já a deputada Albertina Ngolo deu conta que em outras províncias angolanas os deputados da UNITA também replicaram a vigília de Luanda, em homenagem a Raul Danda “combatente da linha da frente” pela liberdade de expressão, liberdade de imprensa
“E, também, por um processo eleitoral livre e justo”, referiu a deputada.
À vigília, também se juntou o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, para quem Angola vive “tempos de retrocesso” dos valores cívicos, dos valores políticos e dos valores adquiridos ao longo do processo de paz.
“O que é comum é o evoluir do tempo trazer consolidação de conquistas de um âmbito democráticos e o que nós estamos a constatar é que há perda muito danosa dos valores essenciais, das liberdades e da pluralidade”, disse.
Costa Júnior manifestou-se ainda preocupado com as propostas do Governo angolano sobre revisão do pacote legislativo eleitoral considerando que o órgão legislativo tem votado “contra a Constituição”
VC/Rogério Mbumba | fonte: Lusa