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O primeiro vice-presidente do Sudão do SulRiek Machar, um rival de longa data do Presidente Salva Kiir, foi preso na sua residência, em Juba, na noite de quarta-feira (26.03), numa detenção que envolveu “20 veículos fortemente armados”, informou em comunicado o Movimento Popular de Libertação do Sudão (SPLM-IO), na oposição.

O partido de Machar afirmou hoje (27.03) que a detenção revoga o acordo de paz de 2018, que pôs fim a cinco anos de uma guerra civil sangrenta entre as forças de Kiir e Machar e que causou a morte de quase 400 mil pessoas. “E a perspetiva de paz e estabilidade no Sudão do Sul está agora seriamente comprometida”, declarou Oyet Nathaniel, vice-presidente do SPLM-IO.

“A detenção é um engano, uma quebra de promessa, um desrespeito de um acordo e uma falta de vontade política para trazer paz e estabilidade ao país”, criticou ainda o partido.

EUA apelam à libertação de Machar

Os Estados Unidos pediram esta quinta-feira ao Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, que liberte o seu rival, Riek Machar.

“Estamos preocupados com os relatos de que o primeiro vice-presidente do Sudão do Sul Machar está em prisão domiciliária”, escreveu o Gabinete de Assuntos Africanos na rede social X. “Pedimos ao Presidente Kiir que reverta esta ação e evite o agravamento da situação”, apelam os EUA.

A Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS) considera que a detenção de Riek Machar coloca o país à beira da guerra civil e apelou à contenção de todas as partes.

A situação no terreno piora de dia para dia. A embaixada dos Estados Unidos e outras missões diplomáticas reduziram ao mínimo a sua presença no terreno.

No sábado (22.03), o Governo alemão encerrou temporariamente a sua embaixada na capital, Juba. “Após anos de paz frágil, o Sudão do Sul está novamente à beira da guerra civil”, escreveu a ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, nas redes sociais.

VC/Anderson Mangovo | fonte: Dw Português

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