Mais de um milhão de espécies de animais que habitam na floresta da bacia do Congo, incluindo plantas raras, estão em vias de extinção, devido à falta de protecção e o abate indiscriminado feito por caçadores furtivos, denunciou, quinta-feira, na província de Cabinda, a embaixadora da França em Angola, Sophie Aubert.
A diplomata disse, durante a Conferência Científica Internacional sobre as Floresta da Bacia do Congo, que entre os animais em vias de extinção constam algumas espécies de chimpanzés, entre os quais os bonobos, assim como gorilas e elefantes.
De acordo com a embaixadora, as florestas da Bacia do Congo, incluindo à do Mayombe, estão pouco protegidas e vulneráveis quanto à protecção da vida das espécies vegetais e animais. A floresta do Mayombe, em particular, disse, sofre altas taxas de degradação, principalmente do abundante corte das árvores e a caça furtiva.
Sophie Aubert defendeu a adopção de medidas urgentes para a protecção da floresta e das espécies nativas, de forma a evitar o colapso geral da biodiversidade. Para tal, ressaltou, é preciso apostar mais na formação de quadros especializados.
“Criamos o projecto One Forest Vision, com o objectivo de mapear a biodiversidade florestal e medir o carbono armazenado pelas florestas das bacias amazônicas e africanas, sobretudo a Bacia do Congo que inclui a floresta do Mayombe”, revelou.
Com a iniciativa da “One Forest Vision”, frisou, têm estudado os avanços científicos mais modernos, combinando com a inteligência artificial, na resolução de alguns dos problemas ambientais existentes e dar respostas às questões sobre a integridade das florestas tropicais.
“Por isso, este seminário científico e regional é uma grande oportunidade para saber mais sobre a floresta de Cabinda, a segunda maior do mundo a seguir a da Amazónia”, reiterou, além de referir que os resultados obtidos nos estudos da “One Forest Vision” vão permitir produzir melhores mapas da desflorestação e da produção de carbono em Mayombe.
Actualmente, informou, o mundo não tem muitas informações sobre a floresta do Mayombe. “Por isso, a participação de Angola nessa conferência é bastante importante”, disse.
A Conferência Científica Internacional sobre as Florestas da Bacia do Congo, que encerrou na quarta-feira, 16, abordou, durante dois dias, temas como “Experiências Regionais de Gestão Florestal na Bacia do Congo”.
Sob o lema “Preservação da Biodiversidade e Combate à Desflorestação”, a conferência contou com a participação de peritos de Angola, das duas Repúblicas do Congo, França, Gabão e Portugal.
Fonte: Jornal de Angola