
- By Equipe de Marketing
- |
- maio 30, 2025
- 3 min read
A Nissan continua sem resolver a situação financeira em que se meteu devido a uma estratégia desastrosa. Para evitar ser controlada pela Renault, rebelou-se e recuperou a autogestão, apenas para regressar à pré-falência de que os franceses a tinham resgatado anos antes. Tentou depois salvar-se às costas da Honda, que obviamente pretendia seguir os passos da Renault para, também ela, ter o controlo total da joint-venture. Que a Nissan voltou a recusar, acabando com este “namoro”, como tinha terminado com o “casamento” com a Renault. Agora vê-se na necessidade de vender a sede global da marca no Japão, que adquiriu em 2009, para evitar mais uma vez a falência.
A notícia foi avançada pelo Nikkei Asia, que especificou ter encontrado a sede da marca à venda, entre a lista de bens de que a Nissan se pretende desfazer para reunir os fundos de que necessita para sobreviver mais umas semanas ou meses. E, para reforçar a informação, o NHK, o Nippon Hoso Kyokai, a empresa estatal japonesa de radiotelevisão, confirmou a lista dos bens colocados à venda pelo fabricantes japonês. Como não há grande tradição da imprensa, sobretudo a estatal, arejar notícias negativas sobre as empresas locais, a facilidade com que a NHK “atacou” a Nissan com a verdade, leva a concluir que até o os dirigentes nipónicos estão a perder a paciência com o problemático construtor japonês.
Havia quem esperasse um milagre da gestão de Ivan Espinosa, o novo CEO da Nissan mas, até ver, as cartas que retira da manga estão longe de ser ases. Depois de a marca ter declarado prejuízos equivalentes a 4 mil milhões de euros no último ano, a Nissan já anunciou o encerramento das fábricas japonesas de Shonan e Oppama, além de prever o despedimento de 20.000 empregados nos próximos tempos.
Para poupar dinheiro, a Nissan abandonou o desenvolvimento de alguns dos modelos da sua gama, uniformizando outros para reduzir o número de peças necessárias. De caminho reforçou a parceria com a Renault, a quem vai adquirir o novo Micra e o novo Leaf, concebidos sobre modelos eléctricos da marca francesa. Não é evidente que estes cortes resolvam o problema, mas terão certamente uma maior possibilidade de sucesso do que a venda da sede, que deverá render, no limite, cerca de 615 milhões de euros.
VC/Rogério Mbumba | fonte: Observador