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O representante de Cabinda no parlamento, Lourenço Lumingo, não medio esforços para exprimir a sua insatisfação quanto a governação do MPLA

Durante uma sessão plenária na assembleia, o deputado, reprovou sem beliscar o relatório de execução do IV trimestre do OGE-2024 (Orçamento Geral do Estado), afirmando categoricamente a existência de lacunas e dúvidas no mesmo documento.

O relatório que hoje nos é apresentado ab initio apresenta incongruência nos dados. Os números ali expostos levantam dúvidas legítimas e exigem explicações concretas. Segundo o documento, a execução orçamental ronda os seis trilhões de kwanzas, mas, no entanto, as receitas arrecadadas somam apenas cinco trilhões de kwanzas. Sra. Secretária do Estado para o Tesouro Nacional, como se justifica que se esteja a gastar mais do que aquilo que efetivamente se arrecada? Esse tipo de dados descredibiliza o documento na sua totalidade, porque é exactamente assim que vocês oficializam os roubos neste país”, disse Lumingo.  

Lourenço Lumingo, não deixou de criticar as viagens feitas pelo Presidente da República, ironizando que, “em termos de horas de voo, o Presidente da República já supera muitos pilotos da TAAG”

“‎E como se não bastasse, deparamo-nos com a ausência de informações claras sobre os custos das viagens presidenciais neste trimestre. Não é segredo que o Senhor Presidente da República tem batido recordes, não de boa governação, mas de acumulação de milhas na TAAG. Segundo o Jornal “O Novo Jornal”, o Presidente realizou nos últimos anos cerca de 112 viagens ao exterior e, por falta de ocupação, este facto levou a Esperança Costa, Vice-Presidente de Angola a deslocar-se 224 vezes ao aeroporto para despedir-se e receber um Presidente da República que chega ao pais com uma mala cheia de nada. A quem diz, que em termos de horas de voo, o Presidente da República já supera muitos pilotos da TAAG”, abordou o deputado.

Como representante de Cabinda, com assento no parlamento pelo partido UNITA, abordou sobre as condições da Escola Primária de Mbaca, Povo Grande, Chiweca, Luvassa Sul, Palmeirnhas de Lombo Lombo que, fruto de uma visita dos deputados da UNITA do círculo de Cabinda realizaram, constataram condições precárias: salas de aulas sem carteiras, sem luz, sem água, sem casas de banho, professores e alunos em condições degradantes. O deputado afirmou que isso é “um autêntico retrato de abandono e descaso governamental”.

Na reta final da sua intervenção, o deputado lamentou a retirada da subvenção do Estado na passagem da TAAG para o Voo de Cabinda.

“A recente decisão do Presidente da República de pôr fim a subvenção dos valores dos bilhetes para passagens aérea entre Luanda e Cabinda e vice-versa, é mais um duro golpe contra a população da nossa BUALA COMUM, cujas vidas e economias dependem fortemente dessa ligação aérea. Esta medida ameaça paralisar a já frágil economia local, aumentando o custo de vida para uma população que já enfrenta enormes dificuldades. Questiona-se, se o governo ponderou devidamente os impactos sociais e económicos desta decisão, que agrava ainda mais o isolamento de Cabinda e mina os direitos dos seus cidadãos à mobilidade e à dignidade. É legítimo questionar por que razão o governo continua a perseguir e penalizar a população de Cabinda. Depois do inexplicável encerramento do Porto de Kimbumba no Municipio do Soyo que dinamizava a actividade económica da província, agora surpreende os cabindas com o fim do subsídio aéreo, essencial para manter o seu contacto com o resto do país. Por isso mesmo apelo ao Povo de Cabinda, em 2027 temos que mandar passear, definitivamente, o MPLA em Cabinda”, disse o deputado Lourenço Lumingo.

VC/Cecília Levo Miguel

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