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- fevereiro 6, 2025
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Depois de atacar Goma na semana passada, o M23 decretou unilateralmente um cessar-fogo humanitário que deveria estar em vigor desde terça-feira. Foi um “engodo”, denunciou o porta-voz do governo congolês, Patrick Muyaya, na quarta-feira, quando uma nova ofensiva foi lançada ao amanhecer no leste da República Democrática do Congo.
A nova ofensiva lançada no leste da República Democrática do Congo pelo M23 e pelas forças ruandesas mostra que o cessar-fogo declarado unilateralmente pelo grupo esta semana foi “um engodo”, disse o porta-voz do governo congolês, Patrick Muyaya, na quarta-feira (5 de fevereiro).
“Esta é a prova de que o cessar-fogo unilateral que havia sido decretado foi, como sempre, um engodo”, disse o porta-voz. As tropas cruzaram a Grande Barreira de Goma à noite para atacar a cidade de Nyabibwe. Eles estão atualmente enfrentando uma resposta das FARDC, que estão mais do que determinadas a defender a pátria”, acrescentou.
Depois de lançar uma ofensiva na semana passada em Goma, capital da província vizinha de Kivu do Norte, o M23 decretou unilateralmente um cessar-fogo humanitário que deveria estar em vigor desde terça-feira. O grupo rebelde e as tropas ruandesas, no entanto, iniciaram intensos combates contra as forças armadas congolesas em Kivu do Sul ao amanhecer, de acordo com fontes humanitárias e de segurança à AFP.
Meia dúzia de cessar-fogos e tréguas entre os dois lados não foram respeitados no conflito, que já dura mais de três anos.
Nesta região explosiva, marcada por várias décadas de conflito, Kinshasa acusa Kigali de querer saquear os muitos recursos naturais.
Na frente diplomática, o governo congolês instou a comunidade internacional a impor sanções contra Kigali. “Vemos muitas declarações, mas não vemos ações”, disse a ministra das Relações Exteriores congolesa, Thérèse Kayikwamba Wagner, a repórteres na quarta-feira, após uma reunião em Bruxelas com seu colega belga, Maxime Prévot.
Em 3 de fevereiro, a presidência queniana anunciou a participação dos presidentes congolês e ruandês no sábado, em Dar es Salaam, em uma cúpula extraordinária conjunta da Comunidade da África Oriental (EAC) e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). Embora Kigali tenha indicado que o presidente ruandês decidiu participar desta cúpula, as autoridades da República Democrática do Congo ainda não confirmaram a chegada de Felix Tshisekedi.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU deve se reunir com urgência na sexta-feira, a pedido de Kinshasa, para discutir a crise.
Promotor do TPI acompanha “eventos de perto”
Por sua vez, o Gabinete do Procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) disse na quarta-feira que estava monitorando de perto a situação no país.
“O escritório está monitorando de perto os eventos atuais, incluindo a grave escalada de violência nas últimas semanas no leste da RDC, particularmente em Goma, capital da província de Kivu do Norte, e seus arredores”, disse em um comunicado.
VC/Anderson Mangovo | Fonte: France 24